
Após três meses do acidente na Via Verde, famílias continuam sem respostas e sem justiça pelas vítimas; principal suspeito segue em liberdade
Neste sábado (19), completa-se três meses e dois dias desde o trágico acidente ocorrido no dia 17 de abril na Via Verde, em Rio Branco. A colisão de proporções catastróficas envolveu cinco veículos, deixando três pessoas gravemente feridas, e posteriormente, mortas.
Apesar da gravidade dos fatos, os familiares das vítimas ainda não obtiveram respostas concretas da Justiça. O silêncio das autoridades, aliado à ausência de responsabilização formal pelo ocorrido, revolta quem perdeu entes queridos e clama por justiça.
O acidente aconteceu nas proximidades da ponte já Via Verde, no trecho que liga o Primeiro ao Segundo Distrito da capital acreana. Segundo informações repassadas pela Polícia Militar no dia da ocorrência, o motorista Talysson da Silva Duarte, de 27 anos, conduzia uma caminhonete Ford Ranger vermelha em alta velocidade sob chuva intensa, quando teria perdido o controle do veículo após um possível aquaplanamento. A caminhonete invadiu a contramão e colidiu violentamente com três motocicletas e, em seguida, com uma caminhonete Amarok branca.
O impacto foi devastador. Márcio Pinheiro morreu na hora, sendo arremessado junto com sua motocicleta a cerca de 50 metros do ponto de colisão. Seus colegas de trabalho, Fábio Farias de Lima, de 33 anos, e Carpegiane de Freitas Lopes, de 45, também foram atingidos com gravidade. Os três prestavam serviço para a mesma empresa de segurança eletrônica e se dirigiam ao trabalho no momento do acidente.
Fábio foi lançado para fora da pista e caiu em uma área de mata, sendo resgatado em estado grave. Desde então, ele e Carpegiane seguiram em recuperação, enfrentando limitações físicas, traumas psicológicos e impactos profundos em suas rotinas familiares e profissionais. No entanto, também não resistiram e foram a óbito.
Desde o ocorrido, os familiares aguardam a conclusão das investigações por parte da Polícia Civil e do Ministério Público. No entanto, passados mais de 90 dias, ainda não há informações sobre indiciamentos, audiências ou qualquer sinal de responsabilização efetiva.
“Perdemos um pai de família trabalhador, honesto, que estava apenas indo trabalhar. Já se passaram três meses e nenhum retorno, nenhuma resposta. É como se a vida do meu irmão não valesse nada”, desabafa um parente de uma das vítimas, que prefere não se identificar.
Enquanto o tempo passa, a dor das famílias só aumenta, alimentada pela sensação de impunidade. Elas cobram celeridade nas investigações, justiça pela vida de quem se foi e providências para que tragédias como essa não voltem a acontecer.
A equipe de reportagens do Alerta Cidade segue acompanhando o caso.