Rio Branco, AC, 6 de outubro de 2024 04:48
img_6705.jpg

Motoboys vão à Assembleia Legislativa pedir apoio dos deputados para lutar contra a PLP/12 que quer mudar a relação de trabalho entre entregadores e as plataformas

Facebook
Twitter
WhatsApp

Após a nova proposta de regulamentação do Governo Federal, motoboys do Acre foram na manhã desta terça-feira, 26, à Assembleia Legislativa pedir apoio contra a PLP 12/2024, com o intuito de manter-se trabalhando no modelo que atuam hoje.

O objetivo da proposta apresentada pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é de garantir melhores condições aos trabalhadores de plataformas, entretanto, as alterações não parecem agradar a todos.

Os motoristas de aplicativo deixam claro que o valor mínimo estabelecido está longe de ser suficiente para cobrir todos os gastos e custos de manutenção.

Além disso, há também o receio de que as plataformas possam ajustar os ganhos aos trabalhadores para pagar apenas o valor mínimo imposto pelo Governo Federal.
Isso porque, atualmente, de acordo com a plataforma StopClub, startup que oferece ferramentas para motoristas de aplicativo, este já é o valor médio recebido pelos motoristas.

A plataforma também menciona que o custo médio diário de um motorista é de cerca de R$ 150,58 por dia, ou seja, R$ 16,13 por hora de trabalho.

Dessa forma, sob esse cálculo, para um motorista que fica 60% do tempo on-line, seu custo total é de R$ 26,88 por hora trabalhada.

Ao Alerta Cidade os motoboys disseram que não estão de acordo. “Nós motoboys não estamos de acordo e seria racional dizer que é impossível exercer a profissão por esse valor sendo autônomo, esse valor seria a partir do momento que estivéssemos com corrida(entrega) na tela, (termo usado por nós para dizer que aceitamos entrega em algum app) o tempo inicia quando aceita a corrida e finaliza quando se encerra a corrida. Acreditamos e afirmamos que se isso for aceito teremos que trabalhar de fato (estar na rua a disposição dos app) por muito mais tempo, pois para fazer o mínimo teríamos que aguardar tocar o app e isso nos deixaria muito mais tempo na rua. Para fazer o mínimo imposto por essa regulamentação sem sentido teríamos que ficar no mínimo 13 horas na rua, quando hoje fazemos muito mais em 8 horas. Não aceitamos isso e não vamos trabalhar por esses valores, nós queremos ser livres longe de regulamentação e levar mais dinheiro para casa, trabalhando como autônomos e nós mesmos fazendo nossos horários e jornada. Não precisamos do estado para nos dizer o quanto devemos trabalhar”, pontuou o líder do grupo.